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EFEMÉRIDES

Aconteceu a 10 de fevereiro de 1792



D. João VI assume a regência do Reino de Portugal e dos Algarves

A 10 de fevereiro de 1792, um documento assinado por dezassete médicos declara D. Maria I incapaz de gerir o reino. O seu filho D. João, futuro rei D. João VI, mostra-se relutante em assumir a regência do Reino de Portugal e dos Algarves, só a tendo aceitado mais tarde, a 14 de julho de 1799.

* * *

João VI de Portugal, de seu nome completo João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís António Domingos Rafael de Bragança, havia nascido em Lisboa, a 13 de maio de 1767, altura em que se encontrava no trono o seu avô, D. José I.

Era filho de D. Maria I de Portugal e de D. Pedro.

O herdeiro da coroa portuguesa deveria ter sido o seu irmão D. José, mas este morre em Lisboa, a 11 de setembro de 1788, com apenas 27 anos de idade, vitimado pela varíola, o que contribui significativamente para a "loucura" de sua mãe.

Pouco se sabe sobre a infância de D. João, sendo possível que tenha recebido uma rigorosa educação idêntica à do seu falecido irmão que havia tido como mestres António Domingues do Paço e Frei Manuel do Cenáculo, o primeiro na área da leitura e da escrita e o segundo no campo religioso.

A de 8 de maio de 1785, D. João, na altura com 18 anos, casa-se, por procuração, com a infanta Dona Carlota Joaquina, que apenas tinha 10 anos de idade, o que exigiu uma dispensa papal.

Sendo Carlota Joaquina filha do futuro rei Carlos IV de Espanha, uma parte da corte portuguesa receou que este casamento, arranjado por via diplomática, pudesse voltar a dar origem a uma nova união ibérica.

Antes do matrimónio ter sido confirmado, a princesa teria sido sujeita, segundo alguns relatos, a quatro dias de testes realizados perante os embaixadores portugueses, a fim de aquilatar se reunia as necessárias condições para este enlace, tendo a sua vivacidade e esmerada educação contribuído para a sua aprovação.

O esponsal é assinado, com pompa e circunstância, na sala do trono da corte espanhola, tendo D. João sido representando pelo próprio pai da noiva.

À noite, realiza-se um faustoso banquete, com a presença de mais de dois mil convidados.

Após o casamento, a infanta é conduzida até Vila Viçosa, onde, a 9 de junho desse ano, o casal recebe as bênçãos nupciais na capela do Paço.

Devido à pouca idade da sua mulher, D. João teve de esperar, com impaciência, quase cinco anos até poder consumar o seu casamento, ato que sucede a 5 de abril de 1790. Três anos mais tarde, nasceria Maria Teresa, a primeira dos 9 filhos do casal.

Como atrás já referimos, a morte do príncipe D. José, ocorrida em 1788, torna D. João herdeiro do trono.

O povo português apreciava bastante D. José, que pugnava pelos ideais progressistas do Iluminismo, enquanto D João era favorável à prática do regime absolutista.

Em 1789, D. João fica gravemente doente, auspiciando os receios, já apontados na altura do seu enlace com a infanta Carlota Joaquina, da sua morte ocasionar uma crise sucessória que pudesse conduzir a nova união ibérica. Recupera, mas 1791 volta a piorar, aumentando, cada vez mais, o risco de perda da soberania portuguesa a favor de Espanha. Acaba, no entanto, por readquirir a sua saúde.

A morte do D. José, irmão de D. João VI, a ida deste monarca para o Brasil devido às invasões francesas e todos os acontecimentos subsequentes que deram origem ao nascimento de uma nova nação no continente sul-americano, são por nós descritos nos artigos a seguir indicados:

Morte de D. José Principe da Beira

A Família Real embarca para o Brasil

D. Pedro, primeiro Imperador do Brasil e vigésimo oitavo Rei de Portugal

D. Miguel, seu irmão D. Pedro e o pai de ambos, D. João VI de Portugal

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Estamos a reunir, num único local, os artigos sobre História que têm vindo a ser publicados, com regularidade, no âmbito das Efemérides.




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